Sobre Qualquer Coisa

É manhã. O dia acorda. Os hálitos sempre agradáveis, dizem sobre a tempestade que vem vindo. O coração é grande e não cabe numa penteadeira. A roupa certa, o sapato certo e os vizinhos errados. O barulho arranca o humor e o café o traz de volta. Aliás, café com leite. Sempre. Livros, cadernos. Ah! O relógio: o trabalho. E ainda dizem que o trabalho enobrece o homem... Não há homem, nem mulher. Assexuados! O carro voa, a música que se ouve, soa. Pessoas saindo. Pessoas e a tempestade. E tinham os desejos. Não havia ninguém. Ou seja. Desejo sem alguém é como uma relação sexual egoísta. Homens. Relação sexual egoísta: solitária. Vocês me entendem?
Chovia. Mas, já era quase noite. Que tempo.
No quarto, corpos. A alma ardia e os barulhos suprimidos pela educação entorpeciam. O calor dos corpos era tolerante e não menos inconveniente. Sobre a solidão, queimava.
Acerca do sexo que não se fez, que não se viu e nem nunca sentiu. Sobre a dor que nem Alfredo sabia qual era. Por onde andam as pessoas solitárias? Mostrem-se, mas, por favor, permaneçam solitárias. Onde estarão os certos? Par perfeito, em pleno século XXI, é tão... Vocês não acham?
Atentem-se. Não é sobre a denotação da palavra 'sexo'... existem algumas formas de se fazer isso. Uma delas, e talvez a mais memorável, por exemplo, é elucidada através do olhar. Olhem mais! Queiram observar aos olhares: eles sempre vão dizer alguma coisa. No meu caso, sempre denunciará o amor que finjo, talentosamente, todo dia. Apeguem-se ao olhar. O mundo não permite fatos mais explícitos.
Andaram me ligando, mas a moça de bons modos respondeu por quem não deveria: "Sua chamada esta sendo encaminhada para..."
Sobre o sexo que alguns e outros não têm. Sobre as irrealidades masoquistas...

Sobre as impotências da convivência e do amor...

 Boa noite.

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