Papel, Caneta E Emma Morley
Apago. Acabei de apagar as luzes do quarto. O tom de iluminação do computador é baixo e eu prefiro assim. Tenho duas ideias para expor hoje, mas talvez não consiga fazê-lo. Observo volumes (e literalmente) de papéis sobre a minha mesa. Escrevinhações que nem eu poderia saber organizar. Berenice estará daqui a pouco em casa para pôr ordem nesta bagunça. Só ela consegue, às vezes. Acabo de constatar que estou com minha caneta preta predileta sobre a orelha direita, assim como fazem os professores carrascos de química, física e matemática - e por mais que essas matérias apresentem a mesma regra de acentuação gráfica, não consigo encará-las muito bem. Anotações para um quem sabe. Pensamentos, projetos megalomaníacos e coisas afins. Todas essas coisas são fielmente guardadas.
Nesta nossa década de extremismos e ansiedades, fica muito difícil se controlar. O Jato-Leg, o 6D, Frequent Flyer e sei-lá-mais-quê. Todas as coisas são motivos. É tanta informação nesta minha timeline, gente! Ouço vozes na área externa, mas não vou me importar. É que para mim, esquizofrenia também tem limite. Pronto! Coloquei os fones nos ouvidos. Meu telefone acabou de tocar: que tipo de pessoa ligaria pra você sem identificação de chamada, às 4h23min? Como se diz "não vai rolar", em inglês? - Desliguei o telefone e agora sim, podemos conversar.
Sinto que o fim de um ciclo da minha vida está chegando ao fim. Tento não me prender muito a essas coisas. E não me prendo, de fato. Preciso arrumar algumas malas, algumas ideias, levantar voo. Com vinte e pouco anos, a gente começa a sentir o verdadeiro gosto da liberdade. Esqueça as sensações pitorescas da adolescência. Liberdade não tem nada a ver com espasmos imaturos, nem muito menos com aquilo disposto na Constituição Federal. Festa, sexo, cigarro e fantasias, até fazem sentido aos 17, mas não mais que 15 minutos. Não que eu seja fumante ou assexuado ou precoce. Longe de mim parecer tão desnecessário. É que nós, desta geração, sempre quisemos fazer aquilo que não combina muito com a gente. Não me vejo fumante, muito menos assexuado e...
Estou lendo pela segunda vez "Um Dia", de David Nicholls. Tenho hábito de repetir a leitura, quando me simpatizo com ela. A Ideia de amor dele é previsível, mas mexe com as imaginações. Fiquei sabendo que resultou num filme estrelado por Anne Hathaway. Engraçado, porque, eu não consigo desvincular sua imagem à de Emma Morley. Leio pensando como a atriz agiria. Coisas de fã. Começo a ouvir aqueles pássaros chatos anunciando o fim da noite: por hora, chega de fones, chega de música aos ouvidos. Chega de Nutella. É hora de dormir. Quer dizer, deitar um pouco. O corpo pede, devo obedecê-lo. Marquei com Joaquim às 7h na cantina do mercado para comermos alguma coisa antes de trabalhar. O problema é que já são 5 da manhã e eu ainda nem dormi. Está amanhecendo. Boa noite, queridos.
Comentários
Valeu!
=)
Um abraço!
Um abraço!