Demagogia E Decepção

Domingo, 09 de agosto de 2020 


Aos aflitos, como eu, sem aparente motivo concreto, a paz – ou o Clonazepam. Prefiro o Zolpidem, particularmente.


Queria poder viver em mundo que não tem tristeza aleatória, dor sem razão, sofrimentos sem necessidade, descartável.

A angústia de se tomar uma decisão, por mais coerente que seja, é asfixiante. 

O peito doi. O coração acelera. Falta disposição, mas não só.

Na verdade, falta muita coisa. 

É que a mente humana é de uma perfeição que chega a ser incoerente, prejudicial. Você se sente tão capaz que, quando se dá conta, não fez o dever de casa porque acreditou ser algo simples de ser feito, no auge da sua personalidade autodidata, jurando que isso foi oriundo de um ato de coragem.

Eu não queria ser covarde. Eu temia tanto essa realidade. Talvez eu precisasse vivê-la,  justamente por temê-la. É o que chamam de Kama? 


Quantas incoerências. Chefe que supõe enganar. Colegas que não sabem valorizar. Amigos que deixam passar. Ninguém é mais importante que o próprio alguém. “Se te sente ameaçado”, age rapinante feito um lobo selvagem. 

Aliás, selvagens. É isso que vejo todos os dias, especialmente, de segunda a sexta, das 8h, ou quase isso, às 17h - ou, também, quase isso. 

Monstros selvagens vestidos com termos amassados e gravadas horrendas - e eu já falei da aparência das criaturas? A única vaidade que impera é se certificar de que o aumento salarial foi aplicado corretamente. É nojento, confesso a vocês. E me perdoem por isso. 

Sabe aquela história do entregador Matheus? Pois é. É basicamente aquilo, só que graduado, sutil e hipócrita demais para ser comparado, visto publicamente.

Após alguns anos, percebi o quanto as pessoas podem ser prejudiciais umas as outras. O quanto algumas delas querem te ver bem, mas não igual ou superior a elas. Isso, mais uma vez, é nojento e provoca reações no meu estômago

“É proibido assédio moral”. Denunciem”. Meia-hora após, está lá, o moço do estágio, ouvindo gritos "porque o trabalho não estava satisfatório" – e eu entendo que se pode questionar um trabalho malfeito, mas isso não se deve proceder daquela forma hostil.; é errôneo agir assim. Isso é assédio e falta de educação (ou, talvez, de sexo, o que foge da minha competência, no momento, e eu me abstenho).


(Adendo: Mas ninguém transaria com pessoas hipócritas, perversas, incoerentes e pouco sexy - pelo menos não as realmnte interessantes)


É de supra importância dizer que tudo isso é sobre saber o que deve ser feito, mas não conseguir fazê-lo por uma paralisia escrachada imposta pelo medo. Alguns chamarão de covardia e, talvez, seja mesmo, mas eu preciso ser conveniente, agora, para me manter sóbrio. 

Odeio dúvidas infundadas.

Descritos com  desconfianças dispensáveis.

Evito a hipocrisia das atitudes. Das suas muitas atitudes. 

Maria Fernanda acha que é melhor, e na mente doentia dela, de fato, ela é e defenderá esse título com unhas e dentes. 

Luiza, mais contida, é claramente a mesma coisa, só que com um grau de demagogia maior e afinado. 

José da Silva, bom, José da Silva era, até ontem, um senhor minimamente igual, mas, estranhamente, assumiu um cargo, passou a ter um salários melhor e lá se foi aquela dignidade. Como vale pouco o pão com café de alguns de vocês e de suas famílias. Como vale pouco, no século. XXI, o honraria da dignidade.

A ordem é: ser indigno, corrupto, assassino, medíocre, incompetente, adoecer, ter depressão, amargurar o doce gosto do fazer o que não se gosta, mas deitado em uma coma extra, com espuma importado e lençóis egípcios com 5 mil fios). É, de fato é tentador, mas não o suficiente por que, além disso disso tudo, morre-se miserável – e como ninguém supõe o que vem depois da morte, eu prefiro não ser essa pessoa. Eu escolhi não se-lá, mas, ainda assim, conquistar o mundo de uma forma menos toxica para mim e meus sucessores na linha das sucessões.  

Valores. 

Sabores.

Quanto vale a hipocrisia? 

Quanto vale sustentá-la? 

Eu diria que muito, a julgar pelas dores e miserabilidade que vejo ou observo quase todo dia, naquele lugar. 

Qual é o gosto da hipocrisia?  Rosto, ele tem? Diria, “alguns”? O meu, o seu... tantos incontáveis? 


No início doía, depois doeu porque eu fui a vítima da vez – e eu detesto ser uma  vítima  – mas aconteceu.


(...)


Em seguida, a conexão com a realidade. 

Não é problema meu, a miserabilidade com caviar, daqueles que não entenderam nada, na graduação – ou mesmo, após ela. 

Não posso lidar com os mártires desses pobres senhores “ricos” profissionais, que só conseguem procriar, trabalhar Infeliz, aumentar a demagogia no sistema, já, inteiramente falido, acreditando mesmo que agregaram beneficios sólidos na execução de suas atividades laborais. Um apelação aqui, um agravo ali, um RE por ano e pronto, salvamos a dignidade de uma geração jurídica! Pobres mortais. Vai ser épico!

Não se vê contribuição efetiva ao progresso axiológico da Ordem Jurídica. Mesquinharias e e hipocrisias sim, aos montes.


Mas ai, eles envelhecem, porque a idade é implacável e, por sorte, chegam a aposentadoria, como múmias ditas intelectuais e extremamente dignas de honraria. No prédio, no cemitério, como todas as outras dores e imbecilidades que se fizeram concretas em vida. 

Isso não é um rechaço aos mortos. Claro que não. A eles, todo o meu respeito. 

É, pois, um rechaço à indignação das incompetências com colarinho bem passado, em dia de reunião com o superior hierárquico (como o Governador do Estado), de terno bem alinhado, carro do ano (ou bem lavado) e com a demagogia e hipocrisia estruturais eternas, pintadas, sempre,  de cor-de-rosa para não denunciar. A regra, como dei a entende alhures, é a “entrelinhas”, a sutileza.

Como as pessoas gostam de brincar de distribuir honras ao mérito alheio que sequer existiu um dia. O que é ter honra, nesse aspecto? Eu só consigno ver alguém que trabalhou até o fim da vida, cumprindo suas obrigação, seu múnus. Não enxergo honra ao mérito, onde alguém, por obrigação, cumpriu com responsabilidade, como deve ser, suas demandas profissionais. Não seria mais coerente investir o mérito público no aluno mediano que está lá na escolinha de bairro, sem saber o que fazer para ajudar os pais, no almoço de amanhã? Que, por dezenas de vezes, passa fome, mas está na escola com o único objetivo de se tornar profissional e melhorar a qualidade de vida de sua família? 


Pois bem.


Não é só. Infelizmente. É que tem os sorrisos. Ah, os sorrisos. O julgamento automático. O desprezo sonso, real e estrutural que se sente. 

É pesado.

É falido.

Estão equivocados e sabem disso.

Eu sei disso. 

E sinto muito por estar onde, exatamente eu não gostaria de ficar. 

Isso me faz um “quase-eles” e a minha alma está inquieta, pedindo socorro, mas também amparo. 

Não é bom romantizar a infelicidade. e, também, não é o certo.

Não é bom ser vítima da subordinação, porque ela sempre estará investida por alguém insubordinado, com status quo sabidamente camuflado e sustentando por algo ou alguém maior. O Estado Brasileiro pode lidar com isso. Talvez, eu não. 


Que estejam bem. É que, na loucura, não pereçam. 


Eu não estarei para presenciar isso. É mórbido demais e não faz, profissionalmente, bem algum. 





Desta vez, eu não vou lamentar.

Nem sentir muito. 

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