Memórias

Artigo dedicado aos acadêmicos do jornalismo Iesacre/2006

Acredite! A saudade é o único sentimento que magoa e traz ao mesmo tempo, uma vontade de reviver o inevitável já vivido. É a única certeza que traz ao meu coração, o alívio que - quase sem querer – meu ego exige. Talvez aquele papo patético sobre felicidade pode, em algumas circunstâncias, ter nexo. Por mais previsível que pareça, todos os sentimentos que integralmente possuímos, é realmente algo resultante do convívio, das conquistas ou até mesmo dos desafetos.
Hoje, aqui trancando em algum lugar do meu próprio mundo, enxergo o que muitas vezes não consegui enxergar: o prazer de ter vivido preciosos dias ou noites com tanta gente boa. Mas, tudo bem que o verbo esteja no passado. Mesmo assim, ainda fico feliz! Claro, não por está ausente daqueles risos, daquelas fugidas ao barzinho da quase esquina; mas por, ainda assim, saber que “fiz” parte da vida de pessoas tão construtivas como àquelas que um dia me fizeram chorar de rir.
Se pensarmos bem, os indivíduos sempre pensam que vai faltar pouco para se chegar à culminante felicidade. Quem sabe, um erro! Certos fantasmas assombram: há o medo de que a presença das emoções que ficaram naqueles momentos de felicidade não volte. É incrível e também é verdade! Os tormentos existem, mas o que realmente machuca, são as inexperiências da juventude onde o ‘simples’ fato destino, torna-se uma resultante bastante importante.
Se fosse para adivinhar qual seria a minha tarefa aqui na terra, meu único palpite seria... Pessoas! Adoro conhecer pessoas! Principalmente, como àquelas que um dia dividi uma sala de aula. Gente honesta, bacana, raivosa, sincera, ‘durona’ e nem tanto humilde porque seria perfeição demais atribuída a seres humanos. Aos momentos, a saudade; às lembranças, meu eterno afeto; e ao futuro, a certeza de que estarei sentado à direita de qualquer salão cerimonial, aplaudindo todos os jornalistas ‘já’ profissionais (isso é, se ‘rolar’ um convite!).
Como o diz o autor, cada vida afeta a outra, e a outra afeta a seguinte, e o mundo está cheio de histórias, mas todas as histórias são uma só. Seguindo à risca, tenho certeza que nos encontraremos nas vastas cansativas caminhadas que a vida trará a cada um de nós. Lembrem-se que perguntas do tipo por que e para que está no mundo, sempre existirão e que seres humanos sempre terão de buscar a si próprios. No auge da minha incompleta trajetória vou guardar tudo que se passou num lugar aonde jamais os tolos chegarão e onde sempre meus queridos sonhos vividos estarão: no coração. Sabendo que amigo também é coisa pra se guardar até o fim dos sonhos, finalizo a minha caminhada junto aos seres mais interessantes do ‘meu’ mundo. Sinto saudade até mesmo dos dias não realizados.