Enigma - O Devaneio

Em janeiro de 1991, com 27 anos, Henrique começa a ter vagas lembranças da sua vida. Ele sabe que existe alguém precisando dele, mas não tem idéia do que se trata. Ele não esqueceu o sorrido daquela noite.
Sem família, os médicos cuidavam incansavelmente dele. Seu pai também já havia morrido.
Henrique estava profundamente abalado, emocionalmente; "Precisa esquecer alguma coisa que o prende no passado", disse o médico.
Meses depois, ele apresenta uma piora. Não conseguia mais discernir quem era quem. Não lembrava quem era, não sabia mais em que pensar porque já não conseguia. Ele estava internado numa clínica para pessoas que sofrem de amnésia. 'Lost World' era o nome do lugar. Cláudio Henrique não entendia nada. Não sabia o que era aquele lugar, quem eram aquelas pessoas. Só sabia que poderia contar com elas.

Ainda era dezembro de 1990. Sua mãe já não sabia o que fazer. Desesperada, escreve uma carta:
"Hoje estou profundamente triste. Perdi minha vida, meu marido e meu filho para uma doença que nem mesmo os médicos sabem do que se trata. Não sei o que fazer. É como se fosse um retrocesso angustiante. Sei que tudo tende a piorar. Tudo vai acabar, mas não quero ficar só. Não quero perder meu filho, a única coisa que amo de verdade no mundo. Aqui neste lugar onde me encontro, é frio e escuro. Quero acordar. Quero ver o dia amanhecer. Quero estar lá para olhar o primeiro olhar do meu querido e do meu marido. Quero poder ver, enxergar, observar. Quero morrer, mas antes, quero salvar meu filho".

Ela se mata!


Henrique está só em um mundo desconhecido. Que ele mal sabe que é mundo. À tarde, ele está a observar aquele lugar que é bonito, simples e tranquilo. Lá, ele consegue estar em paz. Vento forte, sol fraco. Cláudio Henrique ouve uma voz, olha para trás devagar e vê uma linda menina sorrindo. Ele não sabe de quem se trata. Ela aproxima-se dele. Ele fica nervoso querendo entender o que ela quer. Não consegue pensar. Não consegue entender nem mesmo o que é aquilo tudo:

"Oi", disse ela.
Henrique franzi a testa e diz: "Quem é você, o que está fazendo aqui?"
-Sou Ana e vim te ver.
Cláudio: "Você moro aqui também?"
-Não, não. Moro em outro lugar. Vim te dizer que você está pronto.
Cláudio: "Pronto?"
Ana: "Isso. Pronto para fazer tudo diferente."
Um raio de memória o assusta e ele começa a lembrar, pouco-a-pouco, toda sua vida antes do acidente. "Mas, o que eu estou fazendo aqui?" ... Ana já havia desaparecido.

(...)

Janeiro de 1984. Cláudio Henrique acorda numa manhã chuvosa.
Longe dos pais, ele prepara o café e vai à aula...


(Continua)

Comentários

Unknown disse…
Cadê? Quero saber o final do enigma...estou hiper curiosa!! heuheuheuhe

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