Uma Simples Conotação

Penso que para mim não, mas o mundo corre lá fora.
Tudo fica tão vazio, tão só, tão mórbido. Ultimamente observei cada coisa no mundo, na sociedade em que estou contido. Hipocrisia, banalidade. Mas, eu já deveria ter me adaptado a isso. Afinal, aonde quer que eu vá, terei de lidar com esse 'gênero de personalidade'. Eu mesmo imagino que sou. É natural. O ser humano, dentre tantas outras, possui mais essa falha.
Não creio que exista ser totalmente bom. Se fosse assim, o mundo não teria sentido. Veja, eu não quero defender a maldade, os seres que não sei por qual motivo matam, utilizam dos piores métodos para concretizar uma tal crueldade: isso tudo me assusta; apenas, quero expor o que sinto neste momento... Neste exato momento. Passam-se inúmeros fatos, pensamentos (e somente pensamentos porque, ainda, não posso publicá-los). São tristezas, amarguras. Não se passa apenas maravilhas, numa mente jovem. Nem tudo é colorido, alegre; mas, convictamente, um monte de dúvidas, inseguranças, constrangimentos: ser jovem é se arrepender do que não deveria ter feito, acredite. Antes de ser jovem sou ser humano e, como tal, tenho receios. Sei que você, certamente, não pensa ao contrário, ou pensa, afinal, tudo são contradições. Talvez, isso tudo seja melancolia. Ou não. Ou talvez, seja realidade. Realidade que assusta, que é pesada.
Indigno seria se não assume meus receios, minhas amarguras que, embora não possam ser positivadas, existem. Aposto numa cultura que, para Miguel Reale, também grande jurista, são as coisas, os objetos construídos, a ascensão e luta pela sobrevivência: aquilo que o homem cria para seu único ou exclusivo benefício coletivo. Hoje, exatamente hoje, penso assim: por que acreditar em 'fatos naturais' se a própria naturalidade pode ser considerada banal? Sei
que podemos sim nos adaptar a certas circunstâncias, claro, sem abandonar nossa essência, nossos valores, e esquecer mais (bem mais) esse papo patético de pessoas inocentes, mentes inofensivas e feras domadas. Sempre existirão "Os Outros" para nos assustar, para nos afastar dos mais belos sonhos que acreditamos ao longo das nossas vidas...
Por razões pitorescas e até peculiares li o resumo, um breve resumo, de um livro de que me falaram:, "O que as mulheres precisam saber": ora, não precisamos ser mulheres para saber que os princípios sustentados por nós mesmos deveriam existir voluntariamente. Sendo assim, jamais deveriam ser impostos por qualquer ponto de vista externo à sua realidade. Mudanças de concepções? Sim, elas existem e eu até as defendo. É bom saber que temos indivíduos mais dignos, livres: livres da sua própria mente, dos seus próprios pesadelos...
Depois de absolutamente tudo, o tudo torna-se árduo. Ser qualquer ser hoje em dia, é difícil. O simples e magno motivo que temos de abraçar, é viver. Tentar viver bem e feliz. Acredito em diaS, em meseS e em anoS felizes e não somente em situações isoladas de extremo tesão. Não seja "O moço revoltado", mas saia (como já diz o escritor Augusto Cury) da platéia e vá ao palco da sua vida; seja protagonista e lute para isso...



É o que penso hoje (amanhã e depois, se existirem),
somente hoje.
____________

Comentários

Anônimo disse…
É bem mais simples do que você imagina. Eu diria que apenas relata a decepção de ter um sentimento que aflorava com aquela simples troca de olhares, interrompido pela chegada chegada à estação, onde a possuidora dos olhos negros precisou descer. Acho que deu para esclarecer um pouco.


Sobre o seu texto, parabéns cara, me identifiquei muito bem com muitas partes dele, acho que pelo fato de também possuir a mente jovem que você citou.

Voltarei mais vezes ; )
A gente pasa por muitas cosias ao longo da nossa vida. Uma delas é saber distinguir o que é bom e o que é ruim. Com isso a gente vai vencendo os obstáculos.

;-)
Luara Quaresma disse…
É, disto que estou falando (;

*:
RVivas. disse…
Primeiro, venho agradecer pelo comentário em meu blog. Eu apresento os contos, mas procuro deixar que cada um interprete o desfecho da forma que achar mais coerente. E esta minha intenção passa um pouco pelo que vc propõe aqui no seu texto. Também não acredito em ser humano totalmente bom ou totalmente ruim, mas, ainda que eu acredite profundamente no poder que as circunstâncias tem de incidir sobre o comportamento das pessoas, imagino: tudo é memso relativo? as personalidades são relativas?

Talvez estejamos buscando demais o sentido das coisas. Falo aqui por mim, que penso desnecessária e exaustivamente em perguntas que não têm resposta.

Gosto muito da sua inquietação.

Abraços e volte sempre.
Olirum disse…
Certamente motivos é o que não falta pra alguém querer conhecer o Cristo Redentor, além de tudo é uma das 7 Maravilhas do Mundo, e é um patrimônio nosso, um orgulho a mais né?
As vezes as coisas acontecem e nós nem vemos, pois estamos despreocupado com o tempo.
Pin-Up Carioca disse…
De vez em quando me sinto como se tivesse sido treinada para indiferença...
Não sou uma pessoa fria,mas isso tudo já é tão comum,não é mesmo?
Com o tempo também percebi que a felicidade não é ausência de problemas,mas problemas bem administrados.
Como você mesmo comentou lá no Ficta "uma questão de adaptação?"
Deve ser...
Ah,será sempre bem vindo ;)
bjs!
Olá,rapaz!
Obrigado por mergulhar no meu mar. Não estou acostumado com visitas, mas fique à vontade para ir lá quando quiser.

Gostei do que você escreveu aqui, por vezes me questiono sobre que tipo de comportamento devo apresentar frente às imposições do dia-a-dia.Costumo associar nossas reações à seleção natural, de Darwin, mas voltada ao lado psico-social.Dessa forma apenas nos adaptamos ao nosso meio e agimos da maneira que nos seja mais conveniente.
Mas não acho isso bom,em alguns casos, pois acaba corrompendo o caráter.Creio que certas adaptações não são tão vantajosas. Assim, acredito que a condição de "não adaptado" é mais gratificante, ainda mais se tratando de um meio onde a hipocrisia, corrupção e dissimulação regem as pessoas.
Devemos responder aos estímulos, sempre! Mas nunca deixar que nossa essência se corrompa por causa deles.
Bom, não sou muito de escrever... o faço de vez quando e não tão bem como você. Mas, de qualquer forma, essa é minha opnião.
ah, o final do seu texto me lembrou meu último texto. Tenho umas paranóias com esses lances de platéia, palco, protagonista... etc.
Vou indo então. Até mais!
Alex Alves disse…
Maravilha!
O final do seu texto tem muito a ver com o que defendo junto às pessoas de bom caráter que conheço e que se queixam da política. Eu sempre falo: "Por que você, além de registrar a reclamação nos canais que o governo oferece, também não se filia a um partido e começa a expor suas idéias lá?". Mas na maioria das vezes a reclamação fica limitada à mesa do bar - que é um ótimo lugar para se ter idéias, diga-se de passagem, mas apenas para se tê-las - para concretizá-las há de se ir além.
É exatamente aquilo que você falou no seu texto, aplicado, no caso que mencionei, a um só tema. Mas essa posição de protagonismo serve para tudo na vida.
Parabéns pelas reflexões. Show de bola!
Aquele abraço!
e-Chaine disse…
Gustavo(?), bom que gostou! Muito obrigado pela visita, também.
Alex, o admiro muito. Talvez por causa dos seus textos que quer queira ou não, expressam quem vc é na sua verdadeira essência.
Realmente merece: parabéns.

VOLTEM SEMPRE!
Obrigado pelo carinho de todos,
abração.
Anônimo disse…
Caindo no clichê, mas também me sinto assim às vezes... pensamento de jovens. ou talvez não. talvez apenas nossos pensamentos. O ser me assusta... Como já dizia Drummond: 'Ser: pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?'
Mas o que anda me assutando mais é o ser humando e sua capacidade, digamos, flexiva. nem sempre para o bem. ninguém é só bem, infelizmente.

enfim, parabéns pelo texto que foi completo pra mim.

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