A Arte De Ser Mais Ou Menos Infeliz

SIM! “O mundo é portátil para quem não tem nada a esconder...”. Mas, aí, certo dia, você se pergunta ou indagam sobre você: “Mais vale um digno portátil e transparente ou um indigno sincero e feliz? A felicidade é algo relativo, muito embora em todas as suas formas, a resultante seja a satisfação. No desespero de se aproximar um pouco da utopia das mazelas comportamentais, você responde qualquer coisa parecida com o menos (ou mais) óbvio. Nem dor, nem amor, nem sol e chuva, vento, nuvens, amanhecer, anoitecer... É ser neutro. E em uma dessas neutralidades, você acaba sendo vil. Ser sórdido, às vezes, não dói; mas, também não enobrece. O conceito de enobrecer nem mais se estima, hoje em dia. Sobressair-se a tudo e a todos, de uma maneira bem lógica e egoísta, nunca foi e nunca será a forma mais eficaz de se enobrecer. No final das contas, o que se tem são pessoas mais ou menos maquiavélicas, mais ou menos más e (mais para menos) verdadeiras. O ensaio nunca para e é feito ao vivo, de qualquer lugar para outro qualquer lugar. Ainda que se trate de um ensaio, é real, é para já, agora, logo. É, para todos.
A indignidade, sempre, sobressai. Ser infeliz é tão importante quanto ser feliz. É na infelicidade que aprendemos a ouvir os sons da verdade, do amor, das simples e piegas coisas. É nela que entendemos a essência das pessoas, da vida; é na felicidade, por exemplo, que aproveitamos a própria sorte de está feliz, como um faminto que come estabanadamente sem saber que passará mal por exagero. Exagerar. Eis um dos maiores pecados da humanidade. Padecemos por conta própria e ainda nos sentimos no direito de reclamar, questionar, irar-se com sei lá o quê ou quem. Mortais. Nada mais, nada menos. Pecar, minha gente, faz parte do magnífico pesadelo.
O pior de tudo (confesso!) é que para ser fugitivo, nem do 'pecado' eu usufruí.

Comentários

Fernanda V. disse…
Nofa Maicom que intrigante.
adoro vc.
Ana disse…
Questionamentos intrigantes...

Beijo.
Guss disse…
Eu sou inteiro. Mas ainda não sei inteiramente o quê.
Camila disse…
Certa vez ouvi que INfelicidade é questão de prefixo.


(continua...)
Felipe Braga disse…
Sim, exatamente.
Excelente reflexão!
E é na infelicidade que buscamos a felicidade.
Não quero ser feliz nunca, mas quero continuar tentando.
É uma dialética. rs

Abraço.
Dois Rios disse…
Perfeito, Maicom! Esse texto requer muitas ponderações que, infelizmente, não cabem num simples comentário.
Para sintetizar, eu diria que achei deveras interessante a sua consideração a respeito da infelicidade. De fato é na dor que conseguimos apurar todos os nossos sentidos, ao passo que, quando estamos felizes ficamos meio entorpecidos.
Enfim, para que possamos avaliar a infelicidade é preciso, antes, que tenhamos sido felizes.

"Em toda a adversidade do destino, a condição que gera mais infelicidade é o fato de se ter sido feliz." (Boécio)

Beijo,
Inês
Paulo Victor disse…
Muito muito muito interessante. =)
Alex Alves disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Alex Alves disse…
Meu caro... você disse tudo! E alternando entre a infelicidade e a felicidade, alternamos entre momentos de exagero, de poesia exacerbada, e momentos de racionalismo e pragmatismo. O ser humano é um trem complicado, sô!
Abração!
@Djseanjhon disse…
Muito Bom o Texto, Gostei!

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