Sobre Inventar Uma Nova Qualquer Coisa

Medo. Têm pessoas. Muitas delas. Ao alto-falante, a voz gravada anuncia a próxima estação. Alguém me empurrou sem querer: eles correm, correm muito. Correm como o vento que voa. Tadinhos.
Os primeiro dias ardem e os segundos também; já os terceiros, bom, os terceiros não fazem sentido.
O apartamento é lindo. A vizinhança também! A educação deixa a desejar, mas os sorrisos... estes, sim.
Há volúpia, mas há decência e tudo continua a depender da sua disposição.
Tem solidão daquelas que ninguém toca, percebe; tem Oasis e Charlie Brown, alguns risos no andar ao lado e um pouco de Nutella na geladeira.
Não há independência, mas há a perspectiva. Pobre mortal.
Eu já falei sobre a saudade? Do quintal de terra branca, das carretinhas de plástico puxadas por uma linha branca de costura? Já mencionei a dor e a despedida?
O dia passa rápido por aqui e, com ele, muitas projeções do que é utópico, ideal. Trabalho, dinheiro; talvez, um pouco de cultura.
Já contei sobre o frio, a pele ressecada, os olhos famintos e assustadores que vagam todo dia pela 905 Sul?
TECLA SAP: não há lugar como a casa da gente.

Comentários

Postagens mais visitadas