Sala De Espera E Resina
Sempre fui de me perguntar sobre qual a hora certa. Sempre busquei (e consegui algumas vezes) ouvir a espécie de voz muda que insiste em me perturbar quando deito para dormir. Alguns chamam isso de consciência; outros, de loucura. Há aqueles que preferem não acreditar. Livre arbítrio. Fico com a primeira opção. Não por ser mais coerente, mas porque a ideia de sobrevida sem consciência é estapafúrdia. Ninguém vive sem consciência. Até tenta, mas eu não chamaria isso de "vida", nem tampouco de estapafúrdio. Talvez, outra coisa não muito parecida.
Eu sei que tenho determinadas incoerências. Na verdade, inúmeras. Eu gostaria de poder chegar a um nível de discernimento em que esse tipo de questionamento fosse irrelevante, mas por hora, é o que se tem. Acredito no dia de amanhã, na evolução do ser humano.
Sou privilegiado por ter uma família linda. Tenho poucos amigos - tenho amigos? Detenho de um amor sólido por mim mesmo, além de algumas outras ferramentas de carpintaria. Coleciono cuecas.
Sonho. É certo que delimitei alguns, desisti de outros e "reinventei" dois ou três, não sei ao certo. Estou indo buscar às prioridades e sei o peso que isso tem. Dói. As costas ardem porque o caminho é um pouco longínquo, embora suportável. Isso é relativo!
Eu preciso pedir desculpas.
Perdão família. Eu sei que devo estar longe de ser um ídolo para vocês - porque assim, vai entender, tinha quer ser.
Desculpas a você que não fui capaz de amar e também a você que não consegui compreender, querido amigo.
Perdoem-me.
Eu errei por tentar. Não sei se isso vai me absolver, mas tudo bem, não pretendo advogar em causa própria - reza a legislação que isso é afrontoso à ética. Concordo em parte.
Eu sinto sono. Ando cansado e, ironicamente, meu rosto não aparenta isso. A vida tem dessas. Ela gosta de metáforas, ironias - por que logo eu não poderia gostar?
Dia desses, finalizei um dos livros da bíblia e a concepção acerca do que vem a ser certo e errado está tão distorcida. Longe de mim imputar a você minha interpretação, caro leitor. É só o que eu acredito.
Alguns amigos se foram. Outros estão mais diferentes que a cantora se compararmos o antes e depois das intervenções estéticas. Cinco ou seis casaram-se. Dois ou mais divorciaram-se. A maioria tem seus filhos e eu honestamente fico feliz por eles. Filhos devem ser sinônimo de vida. Por esses dias, a última ficará noiva e eu estou em êxtase.
Estava assistindo a um episódio de American Horror Story e sabe, os demônios são aquilo que você cria para justificar seus medos e incapacidades. Eles existem. Prejudicam. Matam se você não possuir determinada postura ou discernimento.
Acredito que a divindade admira coragem e posicionamento. "Saiba que se você encarar o mal, ele também olhará para você". Sábia Jude.
Entenda. A vida não pediu para você não enfrentar o mal; deixou claro, pois, que, caso optasse por enfrentá-lo, isso traria consequências - como tudo o mais.
Acho que a moça chamou meu nome - fingi não ter ouvido, só para terminar o raciocínio - e eu precisarei ir.
Meu dentista costuma ser tão pontual. E falastrão.
Até logo.
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